"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

27 de março de 2012

ÉDITH PIAF

"Para mim, cantar é uma fuga, é um outro mundo. Não estou mais na Terra". Édith Piaf par Elle-Même"Eu sempre quis cantar - como se eu sempre soubesse que um dia eu tomaria meu lugar na canção. Era como uma premonição que me vinha quando eu ouvia os aplausos”. Édith Piaf par Elle-Même

Édith Piaf (Édith Giovanna Gassion) nasceu em Paris, França no dia 19 de dezembro de 1915 e faleceu em Grasse, França no dia 10 de outubro de 1963. Foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. Seu canto expressava claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título "Piaf - Um Hino Ao Amor" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), direção de Olivier Dahan.Édith Piaf está enterrada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. Seu sepultamento foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.

Édith Giovanna Gassion nasceu em Belleville, um bairro de imigrantes da capital francesa. Sua mãe Annetta Giovanna Maillard, era de ascendência ítalo-cabila e cantava nas ruas e em cafés com o pseudônimo de Line Marsa. Seu pai Louis-Alphonse Gassion trabalhava no circo como contorcionista e tinha um passado teatral. Quando pequena, Édith foi deixada por sua mãe, por um curto período, com sua avó materna. Pouco tempo depois seu pai, voltando da guerra, encontrou-a enferma. Ele procurou sua mãe e pediu pra ela cuidar da Édith para ele poder voltar a servir o Exército Francês (em 1916). A avó paterna de Édith na época trabalhava em um bordel, o que fez com que Édith tivesse contato com prostitutas e seus clientes, tornando-se ela mesma prostituta e o que ocasionou nela um profundo impacto em sua personalidade e visão sobre a vida. Aos seus 7 ou 8 anos, ela perde momentaneamente sua visão por razão de uma queratite. Ela chegou a ir ao túmulo de Santa Teresa do Menino Jesus na cidade de Lisieux para pedir que a curasse. Oito dias mais tarde Édith estava curada, o que a fez se tornar devota daquela santa. Em 1919, quando seu pai volta da guerra, ele a busca e retoma sua vida artística como contorcionista. Édith o acompanha ajudando-o nas ruas e mais tarde em pequenos circos itinerantes. Não demorou muito ela já estava cantando pelas ruas sozinha. Aos 17 anos, Édith se apaixonou por Louis Dupont com quem teve uma filha, Marcelle, que morreu de meningite aos dois anos de idade. Em 1935, ela conhece Louis Leplée, dono do cabaré Le Gerny's, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a iniciou na vida artística e a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", pois ela tinha uma estatura baixa. Lepleé, vendo o quão nervosa Piaf ficava ao cantar, começou a ensinar-lhe como se portar no palco e disse-lhe para começar a usar um vestido preto quando se apresentasse, vestuário que mais tarde se tornou sua marca registrada como roupa de apresentação. Ele também fez enorme campanha para a noite de estréia de Piaf no Le Gerny's, o que resultou na presença de várias celebridades, como o ator Maurice Chevalier. Sua apresentação em cabarés possibilitou-lhe gravar seus dois primeiros discos naquele mesmo ano, um deles escrito por Marguerite Monnot, que Piaf acabou conhecendo no cabaré de Leplée e que se tornou sua parceira e grande e fiel amiga por toda sua vida.
No ano seguinte (1936), Piaf assina contrato com a Polydor e lança seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se torna sucesso imediato. Mas em abril desse mesmo ano, Leplée é assassinado em seu domicílio. Piaf é interrogada e acusada de cúmplice, mas acabou sendo absolvida mais tarde. Ele foi morto por bandidos que tiveram, num passado não muito distante, laços com Piaf, o que gerou uma atenção negativa sobre ela por parte da mídia, ameaçando, assim, sua carreira. Para reerguer sua imagem, ela recrutou Raymond Asso, com quem, mais tarde, ela também viria a se envolver romanticamente. Foi ele quem mudou o nome artístico dela de "La Môme Piaf" para "Édith Piaf" e encomendou a Monnot canções que tratassem unicamente do passado de Piaf nas ruas. Em março de 1937, Édith estréia sua carreira de cantora de música de salão, e se torna imediatamente uma grande vedete da chanson francesa, adorada pelo público e difundida pela rádio. Ainda no fim da década de 30, Piaf triunfa na Bobino, famoso music-hall parisiense, assim como no teatro em 1940 na peça de Jean Cocteau Le Bel Indifférent, escrita especialmente para ela, e que a fez contracenar com seu então companheiro, o ator Paul Meurisse. Ela começa aí a conhecer pessoas famosas como o poeta Jacques Borgeat.
Na primavera de 1944 em Paris, ela descobre o jovem cantor Yves Montand que viria a ser seu parceiro e amante. Dentro de um ano ele se torna um dos cantores mais famosos da França. Piaf acaba desfazendo o relacionamento quando ele está perto de alcançar o mesmo sucesso dela.Ainda em 1944 o pai de Piaf morre, e, no ano seguinte, ela também perde sua mãe. Édith começa a escrever canções, sendo auxiliada por compositores na parte musical. Contudo, em 1945, Piaf escreveu, sem a ajuda de quem quer que seja, um de seus primeiros títulos: "La Vie en Rose" (gravada em 1946), é a canção mais célebre dela e tornou-se um clássico.Durante esse tempo Piaf estava fazendo muito sucesso em Paris e em toda França. Após a guerra, tornou-se famosa internacionalmente. Entretanto, de início ela se deparou com pouco sucesso entre o público norte-americano. Mas, após a publicação de brilhante matéria de proeminente crítico de Nova Iorque, Piaf viu seu sucesso crescer ao ponto de sua popularidade levá-la a se apresentar oito vezes no Ed Sullivan Show e duas vezes no Carnegie Hall (1956 e 1957).
Édith Piaf teve vários romances. Os mais conhecidos foram com Marlon Brando, Yves Montand, Charles Aznavour, Théo Sarapo, Georges Moustaki e Marcel Cerdan.
Em uma turnê em Nova Iorque, em 1948, conhece o pugilista francês Marcel Cerdan, com quem inicia um tórrido romance. Marcel Cerdan vivia no Marrocos e morreu em acidente de avião em 28 de outubro de 1949 em um vôo de Paris para Nova Iorque, onde a iria reencontrar. Arrasada pelo sofrimento, Édith Piaf aplica-se fortes doses de morfina. Seu grande sucesso Hymne à l'amour e Mon Dieu, foram cantados por Édith em sua memória. Marcel Cerdan é tido como o grande amor da sua vida.
Em 1951, o jovem cantor Charles Aznavour converte-se em seu secretário, assistente, chofer e confidente. Ela ajudou a decolar sua carreira, levando-o em turnê pelos EUA e pela França e gravando algumas de suas músicas.
Em setembro de 1952 casa-se com o célebre cantor francês Jacques Pills, do qual se divorcia em 1956.
Começa uma história de amor com Georges Moustaki ("Jo"), que Édith lança para a música. Ao seu lado sofreu um grave acidente automobilístico no ano de 1958, e piora seu já deteriorado estado de saúde e sua dependência em morfina. Édith grava novo sucesso, a canção Millord, da qual Moustaki é o autor.
Édith Piaf morreu em 10 de outubro de 1963 à Plascassier aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e todo o sofrimento de uma vida. O transporte de seu corpo a Paris foi feito clandestina e ilegalmente e seu falecimento foi anunciado oficialmente em 11 de outubro em Paris. Édith faleceu no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau. Édith foi enterrada no cemitério do Père-Lachaise.
Édith Piaf influenciou grande parte dos artistas de sua época. Tornou-se, principalmente, uma ponte para que estes se conhecessem; geralmente seu círculo de amizade se encontrava em sua casa. Foi na residência da cantora que grandes nomes da música francesa tiveram o primeiro contato e em diversas vezes iniciaram maravilhosas parcerias musicais, como por exemplo, Gilbert Bécaud, Jacques Pills (célebre cantor francês com quem a intérprete se casou em setembro de 1952), Jacques Plante, Louis Amade, Charles Aznavour (com quem também teve um caso amoroso), Jean Broussolle, Yves Montand, Jacques Prévert, Francis Lemarque, entre tantos outros, hoje também consagrados na história fonográfica da França e do mundo. Segundo Marc Robine em seu livro «Il était une fois La chanson française : Des trouvères à nos jours», é na casa de Piaf que Gilbert Bécaud começa sua amizade com Charles Aznavour com quem ele escreverá diversas canções cujas algumas como Mé qué me qué ou La Ville, serão registradas por cada um deles, interpretadas e preparadas de maneira bem diferente. É ainda na casa da cantora que Bécaud reencontra Jean Broussolle – das Compagnos de La Chanson – que lhe escreverá as letras de Alors, raconte; as quais Compagnons registraram, no curso de sua longa carreira, uma gama de canções de Bécaud e Aznavour. Ainda na residência de Piaf, Charles Aznavour conhecerá Jacques Plante que virá a ser um de seus grandes colaboradores. Assim, pouco a pouco, o círculo de relações e de colaborações de Piaf foi se alargando ainda mais. Numa época que, imediata ao pós-guerra, via nascer toda uma nova geração de artistas, não só a cantora teve apoio incondicional de seus amigos, todos maravilhosos profissionais de música, mas também ajudou na carreira de muitos deles.
A 'Dama da Noite', uma prostituta, está apaixonada por um acordeonista que se torna soldado e vai para a guerra. O cenário presente onde se situa a moça é apresentado no início da canção e se repete mais duas vezes, ao longo da mesma, para situar o momento presente narrado onde a moça esquece os sonhos permitidos pela java e retorna à sua rotina ‘au coin de la rue là-bas’. É intrigante que o devaneio da protagonista ao imaginar-se casada com seu amado nos conduz a uma percepção, a meu ver, de que ambos se tornariam donos de um bordel, no qual ela seria a responsável pelo dinheiro e ele o cafetão (‘Quand y reviendra de la guerre/Ils prendront une Maison/Elle sera la caissière/Et lui, sera le patron’). Mesmo em universo onírico sua realidade está intrínseca. Outra atenção que devemos ter é quanto à condução de um som mais elevado do acordeom feito a partir da palavra ‘java’, a qual proporciona os sonhos da protagonista. Alguns versos contidos neste elevado som do acordeom, tendem ao ‘universo que fala do baixo corporal’, como por exemplo, ‘Et les doigts secs et longs de l'artiste/Ça lui rentre dans la peau/Par le bas, par le haut’, apresentando assim, o cenário urbano que originou a java. Distante do amado acordeonista, a moça entrega-se a outro artista movida pela java, nesse momento, além de ouvi-la começa à entendê-la: ‘Elle écoute la java.../... elle entend la java’, assim, fecha os olhos nas mãos do novo amado. (Fonte: Net)

22 de março de 2012

MUNDO DESIGUAL

Mulher em questão. . .

A violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos;
20% das mulheres do mundo foram vítimas de abuso sexual na infância;
69% das mulheres já foram agredidas ou violadas;
Nos países em desenvolvimento, as carências em saúde reprodutiva fazem que a cada 48 partos uma mãe morra.
70% das mulheres vivem em situação de miséria absoluta, cumprem carga horária 13% superior à cumprida pelos homens e recebem, em média, 25% menos.
Dois terços dos analfabetos do mundo são do sexo feminino e 80% dos refugiados são mulheres e crianças.
Mulheres africanas têm 175 mais chances de morrer durante o parto do que as mulheres dos países desenvolvidos, segundo relatório de três agências da ONU, de outubro de 2003.
Sexo frágil? No Brasil a expectativa de vida dos homens é de 65,1 anos e das mulheres de 72,9;
Segundo a Anistia Internacional, em relatório divulgado em 05/03/2004, mais de um bilhão de mulheres no mundo - uma em cada três - foi espancada, forçada a manter relações sexuais ou sofreu outro tipo de abuso, quase sempre cometido por amigo ou parente.
. . VOCÊ ACHA QUE ACABOU?

http://www.consciencia.net/mundo/desigual/mulher.html

17 de março de 2012

NADINE GORDIMER

Escritora sul-africana (20/11/1923-).Prêmio Nobel de Literatura de 1991. Suas novelas e romances abordam as dificuldades de comunicação entre a comunidade branca e a negra em seu país, em conseqüência do regime de apartheid, que proíbe a convivência das duas etnias.
Nasce em Springs, Transvaal, no extremo norte da África do Sul e começa a escrever aos 9 anos. Publica seu primeiro trabalho com 15. Em 1948 muda-se para Johannesburgo. Lança sua primeira obra, A Voz Macia da Serpente, uma coleção de histórias curtas, em 1952.
Freqüenta a Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo, por apenas um ano. No final dos anos 60, transfere-se para os Estados Unidos (EUA), onde leciona em diversas escolas até o início da década seguinte. Em seus livros, além dos problemas raciais, analisa a repressão na África do Sul e em outros estados africanos.
Recebe o Prêmio Booker McConnell, por The Conservationist (O Conservacionista), em 1974. Suas obras mais conhecidas são o romance A Filha de Burguer (1979); Um Abraço de Soldado (1980), coletânea de pequenas histórias; e A Gente de July (1981). (Fonte: Net)

12 de março de 2012

EVE ARNOLD


Eve Arnold (nascido em 21 de abril de 1912) é uma fotojornalista americano. Ela se juntou a agência Magnum Photos, em 1951, e tornou-se um membro pleno em 1957.
Arnold nasceu em Filadélfia, Pensilvânia,pais imigrante russo-judeus, William (nascido Velvel Sklarski) e Bessie Cohen (nascido Bosya Laschiner).
Seu interesse em tornar-se um fotógrafo começou em 1946, quando ela trabalhava para uma foto-acabamento fábrica em Nova Iorque.
Ela rapidamente aprendeu habilidades fotográficas em 1948 da Harper's Bazaar diretor de arte Alexei Brodovitch na New School for Social Research em Nova York.
Arnold é mais conhecida por seu benevolente, imagens íntimas da atriz Marilyn Monroe no set do filme de Monroe passado (1961), The Misfits, mas ela tirou muitas fotos de Marilyn Monroe a partir de 1951.
Uma exposição de suas fotos inéditas de Marilyn Monroe foi exibido na Galeria Halcyon, em Londres, em Maio de 2005. Marilyn confiável Arnold mais do que qualquer outro fotógrafo, uma relação que está bem documentado.
Devido à abordagem simpática Arnold para seus súditos e de protecção da natureza deles depois, ela foi capaz de captar uma proximidade que não é fácil para a maioria dos outros para capturar.
Não só fotografava os VIPs como a rainha Elizabeth II, de Malcolm X, e Joan Crawford, ela viajou ao redor do mundo, fotografando na China, Rússia, África do Sul e no Afeganistão.
Em 1980, ela teve sua primeira exposição individual, que apresentava seu trabalho fotográfico feito na China, no Brooklyn Museum em Nova Iorque. No mesmo ano, ela recebeu o Lifetime Achievement Award da American Society of Magazine Photographers.
Em 1995, foi feita membro da Royal Photographic Society e eleita pelo mestre fotógrafo de Nova York International Center of Photography. Ela também fez uma série de retratos de esposas de presidentes americanos.
Arnold deixou os Estados Unidos no início dos anos 1960 com seu filho, Francis, mudando-se para a Inglaterra, que eventualmente se tornou seu lar adotivo. Na Inglaterra, enquanto trabalhava para o Sunday Times, ela começou a sério uso da cor como um meio para a fotografia. Em sua pátria de adoção, ela foi mais tarde nomeada membro do Comité Consultivo do National Media Museum anteriormente o Museum of Photography, Film & Television, em Bradford, em 1997.
Ela vive atualmente na Grã-Bretanha, em uma casa de repouso de Londres. Quando perguntado por Angelica Houston, em uma entrevista descrito em um livro retrospectivo da obra de Arnold, People's Eve Arnold (2009), se ela estava a fotografar , Arnold respondeu: "That's over. Eu não posso segurar uma câmera mais". Arnold esta atualmente com 97 anos.
.Ela disse, porém, que passa a maior parte de seu tempo lendo autores como Dostoiévski, Tolstói e Thomas Man.
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Fonte: Net

7 de março de 2012

SOPHIE GERMAIN

Sophie nasceu em uma abastada família francesa, em Paris, em abril de 1776. Aos 13 anos, enquanto na França explodia a Revolução, ela confinou-se na imensa biblioteca da família. Foi nesse período que ela leu a biografia de Arquimedes e o episódio de sua morte durante o cerco romano a Siracusa, enquanto estava absorto desenhando figuras geométricas na areia. Esse fato a fascinou de tal maneira que decididamente optou pela Matemática.
Após tornar-se autodidata em grego e latim, estudou os trabalhos de Newton e de Euler. A oposição de seus pais foi imediata. Eles fizeram de tudo para persuadir a filha a não seguir a carreira matemática: tiraram a luz do seu quarto, confiscaram o aquecedor..., mas Sophie, persistente, continuava estudando à luz de velas, escondida embaixo dos cobertores. Sua determinação foi tanta que derrotou a oposição dos pais, que acabaram liberando seu acesso aos livros de Matemática da família.
Mas a biblioteca tornou-se pequena para o seu desejo de aprender. Em 1794, a até hoje célebre École Polythecnique foi inaugurada em Paris, mas Sophie não pôde cursá-la por ser mulher. Mesmo assim, conseguiu umas notas de um curso de Análise que Lagrange acabara de ministrar naquela instituição. Fingindo ser um dos alunos da École, sob o pseudônimo de M. Le Blanc, Sophie submeteu a Lagrange umas notas que tinha escrito sobre Análise. Lagrange ficou tão impressionado com o artigo que procurou conhecer seu autor. Após descobrir a sua verdadeira autoria, tornou-se a partir daí seu mentor matemático.
Sophie manteve contato com vários cientistas. Sua correspondência com Legendre foi bastante volumosa e numa segunda edição de seu livro Essai sur le Théorie des Nombres ele incluiu vánas descobertas que ela tinha relatado em suas cartas.
Em 1804, após estudar o Disquisitiones Arithmeticae de Gauss, ainda escondida na figura de M. Le Blanc, ela começa a corresponder-se com ele. Em 1807 as tropas de Napoleão invadem Hannover, uma cidade perto de onde Gauss estava. Temendo pela segurança de Gauss e relembrando o episódio da morte de Arquimedes, Sophie consegue obter de um general que comandava o exército e era amigo da família, a promessa de mantê-lo a salvo. Um enviado do general, ao chegar até Gauss, mencionou que estava ali para protegê-lo graças à intervenção de Mademoiselle Germain. Criou-se uma enorme confusão na cabeça de Gauss, pois seu correspon­dente francês era o senhor Le Blanc, e não uma mulher desconhecida. Após toda a verdade ser desvendada e os fatos esclarecidos, Gauss escreve a sua protetora uma carta de agradecimento na qual externa o seu espanto pela verdadeira identidade do seu correspondente e aproveita o ensejo para elogiar a coragem e o talento de Sophie para estudar Matemática.
Anos mais tarde, Gauss tentou convencer a Universidade de Göttingen a conceder-lhe um doutorado honoris causa, mas ela morreria antes que isso pudesse ser realizado.
Sophie resolveu alguns casos particulares do "Ultimo Teorema de Fermat" e em 1816 ganhou um concurso promovido pela Academia de Ciências da França, resolvendo um problema, proposto na época, sobre vibrações de membranas. De suas pesquisas nessa área nasceu o conceito de curvatura média de superfícies, que é hoje objeto de pesquisa de vários matemáticos na área de Geometria Diferencial. O trabalho premiado de Sophie recebeu elogios de Cauchy e de Navier. Suas ideias sobre elasticidade foram fudamentais na teoria geral da elasticidade, criada posteriormente por esses matemáticos e também por Fourier.
Além de Matemática, Sophie estudou Química, Física, Geografia, História, Psicologia e publicou dois volumes com seus trabalhos filosóficos, um dos quais mereceu o elogio de Auguste Cotnte. Ela continuou trabalhando em Matemática e Filosofia até sua morte, em 1831.
Embora com algumas falhas matemáticas, devido talvez a seu autodidatismo e a seu isolamento do meio matemático, Sophie Germain foi sem dúvida a primeira mulher a fazer um trabalho matemático inédito e de relevo. (Fonte: Net)

2 de março de 2012

MARIA MONTESSORI

Médica e pedagoga italiana (31-8-1870, Chiaravalle, Ancona 6-5-1952, Noordwijkaan Zee, Holanda) Maria Montessori foi a primeira médica italiana e dedicou-se, depois de sua licenciatura, à educação de crianças excepcionais num hospital psiquiátrico em Roma. Os conhecimentos e experiências acumulados nesse período encontraram grande difusão nas escolas primárias, jardins de infância e escolas especiais Montessori. Recebeu, desde 1912, inúmeros pedidos internacionais para divulgar o seu método. Partindo do princípio de que a criança possui uma personalidade própria, Montessori favorecia o livre desenvolvimento da atividade infantil pela concentração na aprendizagem de jogos e pela realização de tarefas autônomas preparadas por adultos. O autocontrole e a capacidade de decisão seriam os principais objetivos da aprendizagem. Suas obras mais importantes são A Descoberta da Criança (1909), O Método Montessori (1912) e Desenvolvimento do Método Montessori (1917). (fonte NET)

26 de fevereiro de 2012

MULHERES (ALEX SIMAS)


Mulheres não são humanas
São anjos, espiãs de Deus
Aqui colocadas para cuidar
Da vida e do amor, zelando
Por toda a obra da criação...
Criadas com pedaços do universo
Seus olhos são estrelas
De sua face a lua reflete a luz.
Seu coração um infinito de saber
Seus braços, morada de carinho e calor...
Mulheres choram de alegria e de sofrer
Choram por qualquer motivo, ate sem querer
Choram porque são suas lagrimas que alimentam
As flores e fazem doce os frutos...
A elas foi dada a cândida beleza dos anjos
O dom da vida gerando os filhos do senhor.
É tanto a falar da mulher que toda tinta e papel
E todas as línguas faladas e escritas é pouco...
...Para o mínimo delas descrever.
E Deus em seu supremo saber
Se houvesse de escolher...
...Com certeza mulher haveria de ser.
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(AlexSimas)
fonte:http://listadesonhos.blogspot.com/

21 de fevereiro de 2012

ANNA ANDREIEVNA AKHMATOVA (OU ANNA GORENKO)

Anna Akhmátova (Ana Andréevna Gorenko), nasceu em 1889, na Ucrânia, (em Bolchói Fontán, um elegante subúrbio de Odessa), terceira de cinco filhos. Em 1890 a família mudou se para Pávlovsk (então Tsárkoie Seló), perto de Petersburgo, e passava os verões no Mar Negro. No Verão de 1903, Anna conheceu o jovem poeta Nicolai Gumilióv. Em 1905, após a separação dos pais de Anna, o pai (Andréi Gorenko, engenheiro naval), mudou se para Petersburgo e a mãe (Ina Gorenko) levou os filhos para Evpatoria, no Mar Negro. No Inverno do mesmo ano, Anna Gorenko começou a escrever poesia, adoptando o nome da avó materna, Akhmátova. Em 1906, Gumilióv publicou um dos seus poemas na ?Sirius?, uma pequena revista literária fundada por ele em Paris. Em 1907, Anna Akhmátova inscreveu se na Faculdade de Direito de Kiev. Transferiu se mais tarde para Petersburgo, onde foi estudar Literatura e História. Em 1910, Gumilióv mostrou a Anna Akhmátova o manuscrito “A arca de cipreste”, (com a qual Anna ficou profundamente comovida e impressionada) uma colectânea de poemas líricos de Innokenti Annenski, estudioso dos clássicos e director do liceu de Tsárkoie Seló. No mesmo ano, Akhmátova e Gumilióv casaram se, perto de Kiev. Nenhum membro da família dela esteve presente. Mais tarde, Akhmátova e Gumilióv instalaram se em Tsárkoie Seló. Poucos meses depois, Gumilióv viajou para a Abissínia (actual Etiópia) numa expedição científica, retornando em 1911. Nesse ano, o casal visitou Paris mais uma vez, onde Akhmátova conheceu Modigliani. De volta a Tsárkoie Seló, Akhmátova e Gumilióv passaram a desfrutar a vida literária. Gumilióv e outros jovens poetas fundavam uma Associação de Poetas, cujos membros, originalmente quinze, decidiram romper com o simbolismo. Em pouco tempo, seis deles – Gumilióv, Akhmátova, Mandelstam, Gorodetski, Narbut e Zenkevich – passavam a se autodenominar acmeístas, termo proposto por Gumilióv. Em 1912, Akhmátova publicou a sua primeira colectânea de poesia “Entardecer”. Viajaram para a Suíça e para a Itália, e em Outubro, nascia o filho do casal, Lev Nicolaievich. Na Primavera de 1913, Gumilióv partiu mais uma vez para África como director duma expedição financiada pela Academia de Ciências. Em 1914, Akhmátova publicou a sua segunda colectânea de poesia “Rosário”. O livro alcançou grande sucesso popular.
Em Agosto eclodia a Primeira Guerra Mundial e Gumilióv alistou se como voluntário e foi mandado para a frente de batalha. Em 1915, morreu em Petersburgo o pai de Akhmátova e esta passou algum tempo num sanatório perto de Helsinque, com tuberculose. No ano seguinte, Akhmátova conheceu o artista Boris Anrep por intermédio de Nicolai Nedobrovo, crítico de arte e amigo de ambos. Muitos dos poemas do terceiro volume de Akhmátova, “Rebanho branco”, são dedicados a Anrep. Akhmátova passou o inverno no Sul, perto de Sebastopol, devido à sua doença. Em Fevereiro de 1917, Akhmátova e Gumilióv separaram se. Explodia a Revolução e estabelecia se o governo provisório de Kerenski. Akhmátova ficou com uns amigos em Petersburgo (Petrogrado durante a Primeira Guerra e mais tarde renomeada como Leningrado).
Em Outubro Lenin e os bolcheviques tomaram o poder e nesse Inverno Akhmátova publicou o terceiro livro de poemas “Rebanho branco”. No Outono de 1918, Akhmátova casou com Vladímir Chileiko, um assiriologista. Logo depois foram viver para Fontánni Dom (Casa da Fontanka). Foi um tempo de privações, frio e fome.
Em 1919, com o início da guerra civil, os bolcheviques perseguiam os opositores do novo regime soviético. No ano seguinte, Akhmátova empregou se como bibliotecária no Instituto de Agronomia. Em 1921 separou se de Chileiko. Nesta altura, a guerra civil tinha terminado, mas a inquietação social continuava. Em 1921 morria Aleksandr Blok, o principal poeta simbolista. E no mesmo ano, Gumilióv foi executado sob a acusação de ter tomado parte numa conspiração contra o novo regime. Akhmátova publicou nesse ano “Capim”, o seu quarto livro de poemas.
E em 1922, “Anno Domini MCMXXI”, o quinto livro de poemas. Maiakóvski, o principal poeta futurista, denunciou publicamente a poesia de Akhmátova ao passo que Chukovski, numa conferência intitulada ?Duas Rússias?, confrontou a poesia futurista de Maiakóvski com a poesia pré revolucionária de Akhmátova. Embora ele visse um lugar para ambos na literatura russa, as autoridades pensavam cada vez mais de modo diferente. Em 1924 morreu Lenin e emergiu Stalin, que veio a solidificar o seu poder no final da década. Nesse verão, Akhmátova retomou a amizade com Óssip Mandelstam e conheceu Nadejda Mandelstam. Na Primavera de 1925, Nadejda Mandelstam e Akhmátova, ambas com tuberculose, ficaram juntas numa clínica em Tsárkoie Seló. Trinta e dois dos poemas de Akhmátova apareceram numa antologia (os últimos publicados na União Soviética até 1940, embora os seus livros anteriores tenham continuado a ser reimpressos por refugiados políticos). Em 1926, Akhmátova passou a morar no apartamento de Nicolai Punin, historiador e crítico de arte, na Casa da Fontanka. Lá moravam também a esposa dele, Ana Arens, médica, e a filha do casal, Irina. Akhmátova iniciava então o seu estudo crítico de Púchkin.
Entre 1929 e 1933, uma resistência camponesa foi castigada com execuções, deportações e privações deliberadas. Morreram milhões de pessoas. Entretando, em 1930, Maiakóvski suicidou se. E em 1932, foi criada a Criação da União dos Escritores Soviéticos, sob rígido controle do Partido Comunista. Em Maio de 1934, Óssip Mandelstam foi preso e a sua família foi para o exílio em Cherdyn. Akhmátova arrecadava dinheiro para eles entre os amigos. Em Dezembro era assassinado Serguéi Kirov, oficial do Partido. Foram feitas prisões em massa, entre elas a do jovem Lev Gumilióv, que acabou sendo libertado. O terror intensificou se. Em 1935, Punin e Lev Gumilióv foram presos e soltos em seguida. Em 1936, Akhmátova publicou o ensaio “O Adolfo de Benjamin Constant e a 'Criação’ de Púchkin” e visitou os Mandelstams em Vorôniej. No auge do terror, em 1937, milhões de pessoas foram detidas e enviadas para campos de concentração. E em Março de 1938, Lev Gumilióv foi preso mais uma vez, ficando detido em Leningrado e solto dezassete meses mais tarde. Em Maio, Mandelstam foi novamente preso e morreu, em Dezembro do mesmo ano, num campo de concentração. Em 1935 apareceu o ciclo poético Réquiem, que se estendeu até ao ano de 1940. Em 1939, Marina Tzvietáieva, que emigrara para Paris em 1922, voltou para a União Soviética. E Akhmátova e Tzvietáieva encontraram se pela primeira vez em 1940. A proibição da poesia de Akhmátova, em vigor desde 1925, foi suspensa. No verão desse ano, Akhmátova publicava “De seis livros” uma selecção dos primeiros livros e alguns poemas novos. No Outono, a antologia foi recolhida das livrarias e as vendas proibidas. Em Outubro, Akhmátova sofreu o seu primeiro ataque cardíaco. Em Junho de 1941 a Alemanha invadiu a União Soviética e em Agosto, Tzvietáieva suicidou se, após o fuzilamento do marido e da prisão da filha num campo de concentração.
Em Setembro, Akhmátova fez um pronunciamento no rádio dirigido às mulheres de Leningrado, então sitiada, encorajando as. Em Outubro, por determinação do Comité Central do Partido Comunista de Leningrado, Akhmátova foi expulsa para Moscovo. Akhmátova tomou então o seu próprio rumo e foi para Tachkent, uma cidade no Usbequistão. Conseguiu uma casa para morar e recebeu a permissão para que Nadejda Mandelstam e a mãe morassem na mesma casa. De 1942 a 1944, Akhmátova fez leituras de poemas em hospitais. Contraiu tifo e, depois de curada, tentou voltar para Leningrado. Em 1943, foi publicado em Tachkent, “Poemas selectos”, uma edição rigorosamente censurada. No ano seguinte, Akhmátova voou de Tachkent para Moscovo, onde fez um recital de poesias no auditório do Museu Politécnico. A ovação do público, de pé, fê la temer possíveis represálias políticas.
Mais tarde, foi para Leninegrado. Em 1945, vitória sobre a Alemanha. Lev Gumilióv, que fora libertado do exílio para lutar na guerra, juntou se a Akhmátova na Casa da Fontanka. No Outono, Akhmátova encontrou se com Isaiah Berlin, primeiro secretário da embaixada britânica em Moscovo. A visita, uma longa e estimulante troca de ideias, teve repercussões... Depois da segunda visita de Berlin, em 5 de janeiro de 1946, Akhmátova, que estava sendo vigiada desde o seu regresso a Leningrado, percebeu no seu quarto, a presença de microfones. Em 1946 foi publicado em Moscovo, igualmente censurado, “Poemas selectos”. O Comité Central do Partido Comunista censurou a revista Zvezda (Estrela) e fechou a revista “Leningrado” por terem publicado os trabalhos de Akhmátova e de Mikhail Zoshchenko. O decreto expurgando Akhmátova e Zoshchenko por ?envenenar as mentes da juventude soviética? foi redigido por Andréi Jdanov, o ?cão de guarda? cultural de Stalin. Decretos similares, atingindo o cinema e a música, seguiram se a esse. Akhmátova publicou ainda nesse ano, ?Poemas 1909 1945?. Punin foi preso em 30 de Setembro de 1949 e a 6 de Novembro, Lev Gumilióv foi mais uma vez detido, ficando preso até 1956. Para Akhmátova, a causa da prisão estaria no seu encontro com Berlin em 1945. Em 1950, Akhmátova publicou “Em louvor da paz”, um ciclo de poemas propagandísticos, na esperança de ajudar o filho. Rogou que fossem omitidos das suas obras completas. Em 1952, forçada a deixar a Casa da Fontanka, Akhmátova mudou se para um apartamento em Krasnaia Konitsa com membros da família Punin. No ano seguinte, Punin morreu num campo de prisioneiros na Sibéria. Em Março, morreu Stalin. Em Maio de 1955, Akhmátova recebeu uma pequena “dacha” em Komarovo, um vilarejo perto de Leninegrado.
Em Fevereiro de 1956, o “discurso secreto” de Kruchóv sobre Stalin, no XX Congresso do Partido, inaugurou um descongelamento geral e uma “reabilitação” de intelectuais em desgraça. Lev Gumilióv foi libertado.
Em Outubro, as insurreições na Hungria e na Polónia punham um fim à tendência liberalizante. Em 1958, foi publicado (severamente censurado) “Poemas” de Akhmátova, obra que também continha traduções de várias línguas orientais. Boris Pasternak foi forçado a recusar o Prémio Nobel pelo romance “Doutor Jivago”. Em 1960 morreu Pasternak. Em 1961, foi publicado mais um livro censurado de Akhmátova, ?Poemas 1909 1960?. Em 1963, foi publicado ?Réquiem? na cidade de Munique. Em 1964, Akhmátova foi agraciada com um prémio literário italiano e no mesmo ano viajou para Taormina. Em 1965, Akhmátova foi a Inglaterra receber o título "honoris causa” da Universidade de Oxford. Reviu velhos amigos que tinham emigrado para Londres, Paris e Estados Unidos. Publicou “O vôo do tempo”, uma colectânea já menos censurada.
Em 1966, Akhmátova morreu numa casa de convalescência perto de Moscovo e foi enterrada em Komarovo.(fonte Net)

16 de fevereiro de 2012

MARGUERITE DURAS

Escritora, cineasta e teatróloga francesa nascida no Vietnã (4/4/1914-3/3/1996). Exerce grande influência sobre a intelectualidade européia do pós-guerra. Seu nome verdadeiro é Marguerite Donnadieu. Nasce em Gia Dinh e aos 18 anos vai para a França. Durante a II Guerra Mundial engaja-se na Resistência Francesa.
Começa a ficar conhecida quando publica Uma Barragem contra o Pacífico (1950), narrativa cheia de lembranças da infância difícil na Indochina francesa. A fama vem com o lançamento de O Marinheiro de Gibraltar (1952) e Os Cavalinhos da Tarquínia (1953), novelas psicológicas nas quais revela uma percepção aguda da realidade exterior. Lança os romances Moderato Cantabile (1958) e Destruir, Diz Ela (1969) e escreve a peça A Praça (1955). Em 1959 faz o roteiro do filme Hiroshima, Meu Amor, dirigido por Alain Resnais.
É responsável também pelo roteiro do filme Uma Tão Longa Ausência (1961), de Henri Colpi. Seu livro O Amante (1984) é adaptado para o cinema em 1992 e dirigido por Jean-Jacques Annaud baseado na vida dela. Dois anos antes de morrer, tem sua biografia, Uma Vida por Escrito, da jornalista Frédérique Lebelley, publicada na França e no Brasil. (Fonte: Net)

11 de fevereiro de 2012

PALMIRA MARTINS DE SOUSA BASTOS

Palmira Martins de Sousa Bastos (1875/1967)
Atriz de teatro portuguesa, filha de pais espanhóis, gente modesta que fazia teatro de terra em terra. Ele de Valhadolide e a mãe de Santiago de Compostela. Passavam perto de Alenquer quando a mãe sentiu as dores de parto. Como era a terceira filha, o pai, antevendo mais despesas desapareceu, antes de ver o bebé.
A mãe procurou trabalho em Lisboa, como costureira e à noite atuava como corista no Teatro Trindade. Conheceu o empresário António Sousa Bastos quando passou para o Teatro da Rua dos Condes. Maria da Conceição (Palmira mais tarde) ia com a mãe e o teatro foi o seu lar. Nunca desejou ser mais nada. Quando aos 15 anos teve oportunidade, subiu ao palco. Era o dia 18 de Julho de 1890 depois foi uma carreira de sucesso ininterrupta. Em 1893 passa para o Teatro Nacional de D. Maria III e vai na sua primeira digressão ao Brasil.

Casou, em 1894 com o empresário Sousa Bastos, mais velho trinta anos. Palmira Bastos, de seu nome artístico teve um repertório variado e era tão brilhante na revista como na tragédia. Em 1920 passa para a Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1965 festejou com brilho e repercussão no País os seus 90 anos, e 75 de carreira. Teve grandes homenagens num país normalmente pouco dado a reconhecer em vida o mérito dos seus maiores. Palmira Bastos era amiga da rainha D. Amélia e quando a ex-rainha esteve em Portugal, nos anos 40, ambas recordaram as actuações brilhantes da atriz. Palmira Bastos trabalhou praticamente até ao fim da vida, sempre lúcida e entusiasmada. É mais um dos nomes maiores do Teatro português.
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Fonte: Net