Você pode encontrar Francyne Scovino, técnica em eletrotécnica da Ampla, concessionária de energia elétrica do Rio de Janeiro, a 11 metros de altura, sustentada por uma espécie de guindaste e mexendo com eletricidade. Isso não é trabalho para mulheres? Segundo a consultora de RH da Catho, Gláucia Santos, esta cena - e outras protagonizadas por mulheres que não temem o trabalho pesado - deve se tornar cada vez mais freqüente nos próximos anos. Mais preparadas, elas avançam no mercado de trabalho não só em direção a funções estratégicas, mas também operacionais. O motivo do sucesso dessa ofensiva é o mesmo nos dois casos: elas estão investindo mais em capacitação. Corajosas, elas não têm medo de riscos e trabalho pesado, a menos quando seu ofício interfira dentro de casa. Apenas em nome da família, elas são capazes de abrir mão de suas funções.
Francyne Scovino, técnica em eletrotécnica da Ampla é a única mulher numa equipe de mais de 60 funcionários, e se orgulha de sua função. Ela verifica se os medidores de energia estão dentro dos padrões estabelecidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Isso inclui subir até 11 metros de altura para realizar o procedimento. - Já passei por algumas situações engraçadas. Já ouvi de um cliente que mandar uma mulher é uma estratégia da empresa, para os consumidores não terem coragem de reclamar - diverte-se Francyne . - E ouve também uma vez em que havia saído com uma equipe, com mais dois colegas, e já estava lá no alto quando ouvi um senhor brigando com eles por terem me deixado subir.
Segundo Francyne, o fato de estar num ambiente de trabalho masculino, ressalta ainda mais a feminilidade. Ela conta que nunca sofreu assédio nem sente discriminação por parte dos colegas: - Sinto a necessidade de destacar que sou mulher, e tenho o cuidado para não perder meus valores femininos. A maquiagem dá uma 'ajudinha' - brinca.
(Fonte: O GLOBO on line)
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