"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

17 de setembro de 2007

MEU NOME É MULHER (FÁTIMA APARECIDA SANTOS DE SOUZA/PÉROLA NEGRA)



No princípio, eu era a Eva
Nascida para a felicidade de Adão
E meu paraíso tornou-se trevas
Porque ousei libertação.
Mais tarde, fui Maria
Meu pecado redimiria
Dando à luz aquele que traria a salvação.
Mas isso, não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade.
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade.
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois, decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje, não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
piloto de avião
Policial feminina,
operária em construção.
Ao mundo, peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é competência
O meu nome é mulher!

(texto de Fátima Aparecida Santos de Souza/Pérola Neggra)

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