"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

24 de janeiro de 2008

IRENA SENDLER


A Polônia prestou uma homenagem a Irena Sendler, uma polonesa de 97 anos que salvou, arriscando sua própria vida, 2.500 crianças judaicas de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial, retirando-as do gueto."Irena Sendler é uma heroína cuja candidatura ao Prêmio Nobel da Paz é totalmente justificada", afirmou o presidente Lech Kaczynski, durante uma cerimônia no Senado. Um pedido com a candidatura de Sendler - já assinado por mais de 14.000 personalidades e ainda deve receber mais adesões - será apresentado ao Comitê do Nobel.
Irena Sendler já recebeu em 1965 o título de "Justo entre as Nações", concedido pelo memorial israelense do Holocausto Yad Vashem. Ela figura entre as 6.004 polonesas que até hoje ganharam este título. No total, 21.758 pessoas já o receberam.De saúde frágil, Sendler permaneceu em seu asilo em Varsóvia, mas pediu que uma carta fosse lida por uma sobrevivente, Elzbieta Ficowska, que era um bebê em 1942."Peço a todas as pessoas de boa vontade que tenham amor, tolerância e paz, não apenas em tempo de guerra, mas também em tempo de paz", afirmou ela.Nascida no dia 15 de fevereiro de 1910, Irena Sendler comprometeu-se muito cedo com a defesa dos direitos dos judeus, cuja população chegava a três milhões na Polônia antes da guerra. Varsóvia era então uma das principais metrópoles judaicas do mundo."Fui criada com a obrigação de salvar qualquer pessoa que se machuque, seja qual for sua religião ou nacionalidade", contou ela ao site polonês dedicado à sua vida (www.dzieciholocaustu.pl).Desde o outono de 1940, Irena Sendler assumiu riscos consideráveis para levar alimentos, roupas e remédios aos habitantes do gueto que os ocupantes nazistas instalaram num quarteirão da capital. Em 4 km², eles colocaram 500.000 pessoas.Devido à falta de comida, muitos morreram de fome ou em decorrência de doenças. Os outros foram mandados para as câmaras de gás do campo de Treblinka. Um grupo de sobreviventes organizou na primavera de 1943 uma resistência heróica antes de o exército nazista destruir completamente o quarteirão."Quando caminhava pelas ruas do gueto, Sendler usava uma braçadeira com a Estrela de David, por solidariedade aos judeus, mas também para não chamar a atenção", lembrou o memorial do Yad Vashem.No fim do verão de 1942, ela entrou para o movimento de resistência Zegota, (Conselho de ajuda aos judeus) e ajudou a retirar crianças do gueto.As crianças eram escondidas em malas e transportadas em caminhões ou simplesmente dissimuladas nos casacos de pessoas que tinham acesso ao gueto. Ela anotava os nomes das crianças e de suas famílias em papéis que enfiava em garrafas.Ela foi presa no dia 20 de outubro de 1943.

Na Gestapo, seus torturadores quebraram suas pernas e seus pés.

Mas ela não falou. Condenada à morte, foi salva a caminho da execução por um oficial alemão que a resistência conseguiu corromper.

(Fonte UOL - Jean-Luc Testault)

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