A vida das mulheres medievais não era fácil. De acordo com a classe social a que pertenciam suas funções variavam. Nas classes mais altas, as mulheres tomavam conhecimento em política, economia e até em disputas territoriais. As mulheres dos senhores feudais eram responsáveis pela organização do castelo; supervisionavam tudo, desde a cozinha até a confecção de vestimentas. Elas tinham que saber como preservar a carne e alimentos e também coordenavam todos os empregados. Além disso, tinham que estar preparadas para defender o castelo na ausência de seu marido. As camponesas trabalhavam junto com seus maridos nas terras do senhor feudal e, além disso, ainda tinham que cuidar dos afazeres domésticos
As mulheres não tinham muitas opções: ou se casavam, ou iam para os conventos. Entretanto, o convento não era para qualquer uma, e sim, para uma minoria da alta classe que tinha que pagar uma taxa bastante cara para se tornar uma freira. A maioria porém, estava destinada ao casamento e a uma vida submissa ao marido. As meninas eram educadas somente para este fim: serem boas esposas.
Como se tudo isso não fosse o suficiente, durante a era das fogueiras, o Tribunal do Santo Ofício condenou milhares de pessoas à morte, a maioria mulheres inocentes. Estas eram acusadas de bruxaria, muitas vezes, por inveja de outros ou por serem mulheres solteiras e solitárias. O livro Malleus Maleficarum de 1486, escrito por inquisidores alemães, dizia que as bruxas armavam uma conspiração para dominar o mundo. A obra também explicava como localizar a presença de bruxas e identificar feitiços. Como as mulheres tinham que saber um pouco sobre a cura, muitas delas, além de parteiras e cozinheiras, também foram acusadas de bruxaria e condenadas à fogueira
A mulher, apesar de trabalhar tanto quanto o homem estava sempre em grau de inferioridade. A identidade do pecado original, principalmente na história do cristianismo, foi um fardo pesado para a mulher até o século XVIII. Desde os primeiros cristãos, a busca da austeridade religiosa tornou-se não só uma regra para o aprimoramento espiritual, mas também consagrou o papel da mulher como a principal tentação mundana, capaz de afastar o homem do caminho da purificação. Uma norma que na Europa, a partir do século VI, quando São Bento de Nursia fundou o mosteiro de Monte Cassino na Itália, deu início ao movimento monástico beneditino que marcaria profundamente a atitude religiosa do continente.
Abaixo, alguns pensamentos e frases que dizem respeito às mulheres, a partir da visão masculina:
"Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher." (Eclesiástico 25:26)
"Tu deverias usar sempre o luto, estar coberta de andrajos e mergulhada na penitência, a fim de compensar a culpa de ter trazido a perdição ao gênero humano... Mulher, tu és a porta do Diabo." (Quinto Tertuliano, escritor cristão, século III)
"Dentre as incontáveis armadilhas que o nosso inimigo ardiloso armou através de todas as colinas e planícies do mundo, a pior é aquela que quase ninguém pode evitar: é a mulher, funesta cepa de desgraça, muda de todos os vícios, que engendrou no mundo inteiro os mais numerosos escândalos." (Marborde, monge de Angers, século Xl)
"Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo."(Bernard de Morlas, monge da Abadia de Cluny, século XII)
"A mulher é um verdadeiro diabo, uma inimiga da paz, uma fonte de impaciência, uma ocasião de disputa das quais o homem deve manter-se afastado se quer gozar a tranqüilidade." (Francisco Petrarca, poeta italiano, século XIV)
"Que se leiam os livros de todos aqueles que escreveram sobre feiticeiros e encontrar-se-ão cinqüenta mulheres feiticeiras, ou então demoníacas, para um homem." (Jean Bodin, jurista, sociólogo e historiador, século XVI)
"Pois a Natureza pretende fazer sempre sua obra perfeita e acabada: mas se a matéria não é própria para isso, ela faz o mais próximo do perfeito que pode. Então, se a matéria para isso não é bastante própria e conveniente para formar o filho, faz com ela uma fêmea, que é um macho mutilado e imperfeito." (Laurent Joubert, conselheiro e médico inglês, século XVII)
Texto de Lady Marged, com base em diversas fontes bibliográficas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário