"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

18 de março de 2011

MULHERES DE TODOS OS SÉCULOS


Durante boa parte da história da arte vamos encontrar a mulher como representação do conceito terreno do amor, da fertilidade, da maternidade, da sensualidade ou da futilidade. Podemos mesmo dizer que as formas femininas povoam os ideais dos artistas desde tempos imemoriais.
Cena de parto numa xilogravura de Jost Amman emDe Conceptu et Generatione Hominis de Jakob Rueff (1554), célebre manual entre as parteiras da época.(Philadelphia Museum of Art)
"Realmente, a mulher na arte foi representada naquelas todas maneiras em que é ou musa inspiradora, ou veículo de alegorias (da Paz, da Justiça, da Ira, da Avareza, da Dúvida, da Guerra, da Ciência, da Fé, da Esperança, da Caridade, da Luxúria, da Peste e até da morte) ou, sobretudo, a atriz principal do milagroso mistério da reprodução na maternidade?.
Durante os séculos XVI e XVII, a arte desempenhou um papel importante na sociedade aristocrática e eclesiástica européia. Os pintores, homens por sinal, altamente treinados tinham como seus patronos os líderes políticos, religiosos, científicos, e intelectuais
Obra de Judith Jans Leyster (also Leijster) (July 28, 1609February 10, 1660)

No o século XVIII a idade da Razão, que estranhamente também foi chamada "a idade feminina" as mulheres se destacaram nos salões de arte de Paris, por um breve período.
Com o século XIX, mudanças sociais radicais, afetaram a vida das mulheres em ambos os lados do Atlântico. Mary Cassatt e Camille Claudel transferiram para os seus trabalhos o drama complexo de artistas que, como mulheres se viam restritas a confinarem-se aos conceitos impostos
Já a primeira metade do século XX viu mudanças tecnológicas, filosóficas e artísticas muito grandes. A guerra alterou a maneira com que os povos experimentaram o mundo em torno deles, mas ainda são poucas as mulheres que deixaram de ser meros modelos para serem modeladoras e, quando o faziam, invariavelmente, deixavam surgir, em contrapartida, a imagem de uma heroína fria, orgulhosa e sensual: a ?femme fatale?.
Em fim, dentro do fazer artístico, no decorrer de tantos séculos a mulher, enquanto criatura ou criadora, permaneceu na maioria das vezes, uma excentricidade.
O artista é, antes de tudo, um artesão. Faz aparecer no espaço palpável e perceptível aquilo que antes era a coisa imaginada. Esta espantosa transmutação através do gesto que se torna cor e dança, verbo e musica, movimento e quietude, despertando sentidos adormecidos na busca da experiência estética poderá ser o seu apoio para o crescimento individual e coletivo nesta época em que a humanidade se debate na iminência de mais uma guerra.
Só mesmo a própria mulher, dotada das capacidades que lhe são inerentes, poderá redescobrir a verdadeira medida do valor tanto da mulher na arte como da arte na mulher.
Fonte :Net

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