"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

10 de março de 2009

DANIELA FELTRIN, ALEXANDRA NORATO, DANIELA DEMARCHI

As engenheiras Daniela Feltrin, Alexandra Norato e Daniela Demarchi entram na seara masculina e testam os aviões da Embraer.
Elas invadiram um território dominado pelos homens em uma das empresas brasileiras de maior credibilidade no exterior, a Embraer, e já conquistam cargos de chefia nas áreas de engenharia. “Aqui, os homens têm de matar um leão por dia. Nós, mulheres, temos de matar dois”, diz Daniela Feltrin, 30, coordenadora de engenharia de vôo de produção. Há quatro anos na Embraer, Daniela é uma das três únicas mulheres a integrar como engenheira o departamento de ensaios – setor que executa testes para a obtenção da certificação oficial que permite a produção das aeronaves em série. Também trabalham lá Alexandra Norato, 25, e Daniela Demarchi, 26, ambas engenheiras de ensaio em vôo.
Durante os testes, são elas que monitoram, via aparelhos de última geração, dados dos aviões. A responsabilidade do trio é enorme – assim como o respeito entre as colegas de trabalho. “Outro dia, uma amiga comentou: ‘É legal ver você, pequenininha, na sala de reuniões no meio dos homens. Sinto orgulho de ser mulher’”, conta Daniela Feltrin, casada com um funcionário da Embraer.
Para chegar onde chegaram, as três engenheiras tiveram de superar obstáculos, dentre os quais o preconceito. Daniela Demarchi diz que foi rejeitada por algumas empresas logo que saiu da faculdade. “Diziam que eu tinha qualificações, mas não seria contratada por não haver mulheres trabalhando como engenheiras”, afirma. Alexandra Norato começou a tirar o brevê de piloto aos 17 anos e enfrentou resistências até em casa. “Meu pai dizia que era coisa para homem”, lembra ela, que para cobrir os custos dos vôos de aprendizagem dava aulas de inglês. O sacrifício valeu a pena. “Hoje, sinto que meu pai tem orgulho do que eu faço. Sempre vejo ele falando para os amigos: ‘Minha filha trabalha na Embraer’." (Por Jonas Furtado - fonte Net)

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