TINA MODOTTI

Tina Modotti, nome pelo qual ficou conhecida Assunta Adelaide Luigia Modotti Mondini, (Udine, 17 de agosto de 1896 — Cidade do México, 5 de janeiro de 1942) foi uma fotógrafa italiana e grande personalidade nos cenários artístico e político das décadas de 20 e 30.

Era filha de Assunta Mondini Modotti e Giuseppe Saltarini Modotti. Viveu sua infância em uma família muito pobre, onde por um tempo teve de abandonar seus estudos devido ao nascimento de um novo irmão. Ela e sua família chegaram a passar fome quando seu pai Giuseppe decidiu viajar aos Estados Unidos da América, em busca de dinheiro para mandar à família.

Com o passar dos anos, a situação financeira de Giuseppe passou a melhorar e acabou por mandar buscar primeiro sua irmã mais velha e, alguns anos depois, foi Tina quem desembarcou em São Francisco, dando início a sua vida promissora no novo país.

Foi nesse período que Tina começou a trabalhar como costureira, e sua extrema e incomum beleza fez com que fosse iniciada no mundo da arte em aplaudidas aparições em peças teatrais. Também foi nesse período de sua vida que, em uma apaixonante mostra de arte moderna e fotografia, encontrou "Robo" (Roubaix de l’Abrie Richey), jovem pintor e poeta, e que veio a ser seu amante por muitos anos.

Algum tempo depois, Tina conheceu Edward Weston, famoso e já na época renomado fotógrafo. Por muito tempo trabalhou como sua modelo fotográfica. Após a morte de Robo, depois da morte de seu pai Giuseppe, decidiu aprender essa arte com Weston, que muito lhe ensinou e foi a ele grata por toda a vida. Tina e Edward viajaram para o México, assumindo sua paixão mútua já por anos vivenciados. Lá, Tina passou a evoluir no seu trabalho como fotógrafa, principalmente nos anos em que ficou trabalhando sozinha, quando Weston teve de voltar à Califórnia. Tina realizou muitas exposições de seus trabalhos, com seu talento sendo igualmente comparado com as fotografias de Weston.

Em meados da década de 20 Tina teve seu primeiro contato no mundo da política, influenciada pelas idéias de liberdade propagadas pelo seu círculo de amizades, tendo contato com o jornal El Machete e com o próprio Partido Comunista, vindo a se tornar sua ativista futuramente.

Em 1929, Weston com a ajuda de Tina produziu 200 fotos sobre arte religiosa e folclórica mexicana para ilustrar o livro Ídolos por trás dos altares, de Anita Brenner. Devido ao longo e árduo tempo desse trabalho, o relacionamento de Tina e Edward veio a terminar, fazendo com que Tina se focalizasse na fotografia revolucionária, retratando as desigualdades sociais e outros aspectos que emanavam essa mensagem – reflexo do seu cada vez maior envolvimento com o Partido Comunista.

Tina também se envolveu amorosamente com Júlio Antonio Mella, um dos maiores e mais importantes ativistas revolucionários da América Latina, com o qual teve ideais em comum. Talvez por esta personalidade desafiadora de Mella, ele veio a ser assassinado e o crime acabou por respingar por muito tempo na vida de Tina Modotti. Depois de muitas falsas acusações e sensacionalismo exagerado por parte da imprensa, Tina acabou por ser inocentada.

Depois de uma profunda depressão, Tina passou a se envolver cada vez mais no meio ativista e do Partido Comunista, como meio de esquecer o que aconteceu em relação a Mella; e acabou por abandonar a fotografia aos poucos.

Na década de 30 foi que, banida do México, Tina mergulhou de cabeça nos ideais revolucionários. Depois de ter trabalhado avidamente em missões para o Comitern na Europa fascista naqueles infantes tempos do stalinismo, desempenhou um importante papel na Guerra Civil Espanhola.

Em 1939 voltou ao México, vindo a falecer por uma morte controversa e solitária, aparentemente por motivos naturais.

Tina Modotti foi, sem sombra de dúvida, uma das mulheres mais fascinantes de todo o seu tempo. Como fotógrafa ou como revolucionária sempre fez questão de retratar a realidade da maneira complexa e concisa como via.

FOTOS FEITAS POR TINA:


Fonte:Net