"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

28 de setembro de 2009

AUTA DE SOUZA


Filha de uma próspera família, Auta de Souza (1876-1901) nasceu em Macaíba, Rio Grande do Norte. Seu pai era proprietário da firma Paula, Eloy & Cia. e dirigente local do Partido Liberal. Órfã de mãe aos 2 anos de idade e de pai aos 4 anos, foi criada pela avó.
Seu primeiro público, ainda menina, compunha-se de mulheres do povo e velhos escravos. Em 1887, foi estudar no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por religiosas francesas. Lá aprendeu francês, leu os clássicos e os místicos.
Devido a um diagnóstico de tuberculose, aos 14 anos, Auta de Souza deixou o colégio e retornou à casa da avó, onde completou sua formação intelectual como autodidata, na biblioteca do irmão, Henrique Castriciano, poeta, jornalista e deputado federal pelo Rio Grande do Norte na República Velha.
Em 1894, fundou o clube do biscoito, que promovia reuniões de declamação, jogos e danças na casa de seus associados. Versejando em português e francês, Auta passou a colaborar na melhor imprensa do seu Estado, antes de completar 20 anos.
Seu livro O Horto, publicado em 1901, prefaciado por Olavo Bilac, foi elogiado pela crítica e lido com avidez tanto por intelectuais como pelo povo, que passou a repetir muitos de seus versos sob a forma de cantigas.
A poetisa Auta de Souza, autora de textos de conteúdo místico e inspiração cristã, inovou ao escrever profissionalmente numa sociedade em que este exercício era reservado exclusivamente aos homens. Seus versos retrataram suas experiências e ficaram bastante conhecidos, ao serem incluídos em várias antologias e manuais de poesia das primeiras décadas do século XX.
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Fonte: Net

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