"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

17 de fevereiro de 2010

MADELEINE DE SCUDÉRY


Madeleine de Scudéry, também conhecida como Mademoiselle de Scudéry (15 de novembro de 1607 - 2 de junho de 1701), foi um escritora francesa.
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Era conhecida pelo pseudónimo de Safo. Era a irmã mais nova do escritor Georges de Scudéry.
Nasceu em Le Havre, Normandia. Estabeleceu-se em Paris junto com o seu irmão. Durante a última metade do século XVII, sob pseudónimo ou com o próprio nome, ficou conhecida como a primeira mulher literata de França e do mundo. Teve uma grande amizade com Paul Pellisson.
Com personagens clássicas ou orientais como heróis e heroínas, as acções e forma de falar eram tomadas das ideias de moda do momento, e as personagens podiam ser identificadas com os seus contemporâneos.
Safo foi o seu pseudónimo, segundo a moda do tempo da autora. Era presença habitual no palacete de Rambouillet, antes de abrir o seu próprio salão literário, que foi durante muito tempo o que marcava o tom do preciosismo, do qual foi uma das mais célebres representantes. A maioria das celebridades da época, os Montausier, François de La Rochefoucauld, Madame La Fayette, Sevigné, Conrart, Chapelain, Pomponne e Pellison vinham regularmente aos "sábados de Mme. de Scudéry" nos quais se conversava erudita e galantemente.
Escreveu volumosas novelas galantes, desprovidas de toda e qualquer semelhança histórica, mas nas quais se pode reconhecer, facilmente, os retratos de personagens como Condé, Mme. de Longueville, etc. trasladando para a Antiguidade a vida da sociedade mundana da sua época: Ibrahim ou l’Illustre Bassa (4 vol., 1642); Arteméne ou le Grand Cyrus (1649-1653), a novela mais longa da literatura francesa (10 vol.); Clélie, histoire romaine (10 vol., 1654-1660); Almahide ou l’esclave reine (8 vol., 1660); Matilde d’Aguilar, histoire espagnole (1667).
Sem entrar em análise profunda sobre a vida interior dos personagens cujos retratos adquiriam, muitas vezes, um notável relevo, as suas obras deram vida a novas emoções: a melancolia, o tédio, a inquietude, o desassossego e outras fantasias que prefiguravam Rousseau. Publicadas na Morale du monde ou Conversaciones (10 vol.), (1680-1682), as conversas cheias de sentido e engenho das suas personagens converteram-se numa espécie de manual da sociedade elegante.
Estas novelas puseram na moda as novelas preciosistas, dando uma visão idealizada do amor e uma pintura poética da sociedade mundana. Em Clélie, histoire romaine encontra-se a famosa Carte de Tendre na geografia galante relegando, por vezes, o amaneiramento que havia desviado a corrente preciosista do seu modernismo original.
Em Clélie, Herminius representa Paul Pellisson; Scaurus and Lyriane são Paul Scarron e sua mulher (depois Françoise d'Aubigné, marquesa de Maintenon); e a descrição de Sapho no vol. X de Le Grand Cyrus a autora descreve-se a si mesma.
Madeleine de Scudéry foi a primeira mulher que obteve o prémio de eloquência da Academia Francesa.
Sobreviveu a seu irmão mais de trinta anos. Durante o último tempo de vida publicou várias das suas conversas. A sua Vida e correspondência foi publicada em Paris por MM. Rathery e Boutron em 1873.
Fonte: Net

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