"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

19 de outubro de 2011

MANUELA AZEVEDO


Chama-se Manuela Azevedo, tem 98 anos, e foi a primeira mulher jornalista em Portugal. Saiu de Mangualde bem cedo e em 1934 com 22 anos de idade - altura em que nem havia Sindicato dos Jornalistas – já trabalhava no jornal República.Foi com a leitura do jornal «O Século», do qual o seu pai era correspondente em Mangualde, que surgiu o interesse de Manuela de Azevedo pelo jornalismo. No ano de 1935 publica o livro de poemas, intitulado «Claridade», com prefácio de Aquilino Ribeiro, tendo entrado pouco tempo depois para o mundo do jornalismo. Começou pelo República, passou pelo Vida Mundial, Diário de Lisboa, trabalhou no Diário de Notícias, de onde saiu para fundar o «O Dia». Além do trabalho como jornalista, Manuela de Azevedo escreveu e publicou dezenas de livros de poesia, contos, novelas, romance, crónicas, ensaios, biografias e peças de teatro.
O último livro que escreveu “Memória de uma mulher de letras”, e que será também o último da sua vasta carreira, foi apresentado no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mangualde.

No livro a escritora e jornalista fala de memórias que se desfiam sem parar, 70 anos de episódios históricos, lugares, andanças, figuras públicas, peripécias, ideias e sentimentos, sonhos e paixões. A apresentação do livro foi da responsabilidade de Luís Humberto Marcos, autor do prefácio e director do Museu Nacional de Imprensa, que não poupou elogios à mulher que foi e que é Manuela Azevedo. Na apresentação do livro a escritora, jornalista, a mulher, contou algumas das duas memórias de Mangualde, bem como algumas das suas memórias enquanto jornalista.
Já o Presidente da Autarquia, João Azevedo, enalteceu o trabalho da escritora, lembrando que Mangualde nunca se esquecerá de Manuela Azevedo, não se esquecerá dela nem de mulheres como ela, como Ana de Castro Osório entre outras.

Manuela Azevedo vai ter uma rua com o seu nome
O Edil, em resposta a um repto lançado por dois alunos da ESFA, comprometeu-se a atribuir o nome de Manuela Azevedo a uma rua da Cidade de Mangualde.
Ainda antes da apresentação do livro, a autora teve um encontro marcado com os alunos da Escola Secundária Felismina de Alcântara visitando em seguida os locais da sua infância.

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