No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
e se embebedam do perfume do teu sexo.Mulher, que máquina és,
que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!que só me tens desesperado
Oh, não feches os teus braços
sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones
a tua boca à minha inocência, não!
a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo Macho,
sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mimsou forte, poeta sou altíssimo
uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te mortae nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar
roçar-me os braços
roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
afogai-me, tirai-me deste tempo,
levai-me para o campo das estrelasentregai-me depressa à lua cheia,
dai-me o poder vagaroso do soneto,
dai-me a iluminação das odes,
dai-me a iluminação das odes,
dai-me o cântico dos cânticos
que eu não posso mais, aique esta mulher me devora!
Que eu quero fugir,
quero a minha mãezinha,
quero o colo de Nossa Senhora!
Poema de Vinicius de Moraes
quero a minha mãezinha,
quero o colo de Nossa Senhora!
Poema de Vinicius de Moraes
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