"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

30 de dezembro de 2009

MARQUESA DE SANTOS


Domitília de Castro e Canto Melo, primeira e única viscondessa e marquesa de Santos, foi uma nobre brasileira nascida em São Paulo (27-12-1797 e falecida em 03-11-1867) célebre amante de D. Pedro I, imperador do Brasil, que lhe conferiu o título de marquesa em 12-10-1826.
Filha do João de Castro Canto e Melo, coronel, e Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, de boa tradicional família paulista, era neta do Coronel Carlos José Ribas, tetraneta de D. Simão de Toledo Piza, patriarca da família em São Paulo.
Aos dezesseis anos de idade, em 13 de janeiro de 1813, Domitila casou-se com um oficial do segundo esquadrão do Corpo dos Dragões da cidade de Vila Rica, o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça (1789–1833), citado por diversos historiadores como um homem violento, que a espancava e violentava. Divorciaram-se em 21 de maio de 1824.
Do casamento nasceram três filhos, Francisca, Felício e João (morto com poucos meses, pois, durante sua gravidez, Domitília foi espancada e esfaqueada pelo marido).
Em 1822, Domitília conheceu Dom Pedro de Alcântara (1798–1834) dias antes da proclamação da Independência do Brasil, em 29 de agosto de 1822. Em 1823, o imperador a instalou na rua Barão de Ubá, hoje bairro do Estácio, que foi a primeira residência de Domitila no Rio de Janeiro. Posteriormente em 1826 recebeu de presente a "Casa Amarela", como ficou conhecida sua mansão, no número 293 da atual avenida D. Pedro II, perto da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão - onde hoje funciona o o Museu do Primeiro Reinado. Domitila mudou-se em 1826 e ali viveu até 1829. Nasceram-lhes cinco filhos. Domitila foi feita viscondessa de Santos, e elevada a primeira Marquesa de Santos. Seus pais foram agraciados com benesses imperiais, seu irmão Francisco feito ajudante de campo do Imperador. Constava que seus ciúmes tinham encurtado a vida da Imperatriz Leopoldina, que sua ambição era ver o Imperador legitimar seus filhos, tornando-os príncipes de sangue e assim em pé de igualdade com os filhos legítimos. Dom Pedro e Domitília romperam em 1829, quando segundo o comentário da época (pois nada se comprovou) ela tentou balear a sua própria irmã Maria Benedita (baronesa de Sorocaba), ao descobrir seu relacionamento com o Imperador - que teve como fruto: Rodrigo Delfim. Porém, o maior motivo para a separação foi devido as segundas núpcias de D.Pedro com Amélia de Lechtenberg. Ele procurava desde 1827 uma noiva nobre de sangue e seu relacionamento com Domitila e os sofrimentos causados a Leopoldina por este, eram vistos com horror pelas cortes européias e várias princesas recusaram-se a casar-se com Pedro. Uma das cláusulas do contrato nupcial de Amélia e Pedro dizia que ele deveria afastar-se para sempre de Domitila e baní-la do império. Em 1824 recebeu o título de baronesa de Santos; em 1825, foi elevada a viscondessa de Santos; e, em 1826, a Marquesa de Santos.Consta de livros da história do Brasil a descrição: «Pedro I ficou perdidamente apaixonado pelos seus encantos, pois era uma linda luso-brasileira ´sensual de seios fartos e quadris volumosos, chamada carinhosamente pelo Imperador do Brasil de ´´Titília, a bela...´».O amor ardente do casal, descrito em obras diversas do Brasil, abalou profundamente o prestígio de D. Pedro I na corte e as interferências políticas de Domitila prejudicaram seu governo. A História do Primeiro Reinado mostra que, graças a gestos impulsivos, demitiu e perseguiu vários ministros, tomou decisões temerárias, cometeu erros difíceis de perdoar. Em junho de 1829, quando estava já acertado o casamento de D. Pedro I com princesa de Leuchtenberg, Amélia de Beauharnais, o embaixador da Áustria no Rio de Janeiro, Marechal, escreveu a Viena: "O Imperador D. Pedro acabou por se convencer de que a presença da Senhora de Santos seria sempre inoportuna e que uma simples mudança de residência não satisfaria ninguém; ele insistiu na venda de suas propriedades, o que segundo soube já foi providenciado e na sua partida para São Paulo em oito ou dez dias". O Imperador acabou comprando os prédios de São Cristóvão por 240 contos (240 apólices da Divida Pública (da Caixa d Amortização) de 1 conto de réis, devolvendo a Domitila "em bilhetes de São Paulo" 14 contos de réis, dois contos pelo camarote com que a tinha presenteado, mesada de um conto de réis por mês posto à sua ordem, "ao par ou em bilhetes". Falando do palacete, diz Mareschal: "Servirá à jovem Rainha e sua corte". Tratava-se de D. Maria da Glória, futura D. Maria II, rainha de Portugal. Por isso ficaria depois conhecido como Palacete da Rainha, já que efetivamente D. Maria da Glória ali se instalou, embora por curto período.A Marquesa conheceu o Brigadeiro Rafeel Tobias de Aguiar, com quem se uniu em 1833, tendo casado em segundas núpcias em 14 de junho de 1842. Nasceram-lhes quatro filhos. Em sua velhice, a Marquesa de Santos tornou-se uma senhora devota e caridosa, procurando socorrer os desamparados, protegendo os miseráveis e famintos, cuidando de doentes e de estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco no centro da cidade de São Paulo. A casa da Marquesa tornou-se o centro da sociedade paulistana, animada com bailes de máscaras e saraus literários. Domitília de Castro e Canto Melo, a Marquesa de Santos (cidade onde nunca residiu), faleceu de enterocolite, sendo sepultada no Cemitério da Consolação, cujas terras foram por ela doadas. (fonte wikipedia)

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