"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

4 de outubro de 2010

UM NOVO SER HUMANO (ROSA LEONOR)

A perda das crenças demasiado caducas face a uma ciência que esclarece dogmas e das ideologia como suportes para uma religião e moral ou ideal respectivamente, ou a simples queda das filosofias que orientavam o mundo e que lhes dava um suporte ético, através de pressupostos democráticos e outros, leva-nos por um lado à consciência do relativo que é a ideia de ordem e civilização a partir das ideias humanas, e por outro à desmistificação das mesmas e o que surge no seu lugar é o instintivo animal à solta e a ordem do mais forte que predomina nas sociedades bárbaras e patriarcais, em que impera a lei do mais forte, desde há milhares de anos. Retirado o verniz (de ferro!) das culturas democráticas, socialistas ou comunistas voltamos ao domínio absoluto do mais forte que leva aos regimes e governos totalitaristas e bélicos, sem qualquer respeito pelo ser humano homem ou mulher, estados ou países. Suprimindo a própria cultura no que esta tinha de elevação e procura do belo, como expressão do esforço humano para se encontrar acima do seu condicionalismo animal-mental, para a por ao serviço dos mercados e do que é vendável, quer de si próprio como imagem-ego, como o seu produto artístico ou outro. Suprimindo o espírito ou a essência como origem do ser absoluto, pelo culto do materialismo exacerbado, a humanidade fica à mercê de uma nova barbárie que é a forma como as novas sociedade bélicas que imperam pelo seu poder económico e armamento sofisticado dominando o mundo pelo consumo agressivo dos seus produtos e a violência das armas. Acima de qualquer ética, leis e tratados, na invasão dos “países aliados” ao Iraque como uma cruzada inconsciente entre os velhos fantasmas de bem e mal, mas disfarçada ou mascarada de valores de justiça e igualdade e em nome da demagogia da grande democracia que não passa de um cadáver pestilento no rasto dos mortos que deixa em cada guerra que em seu nome se pensa e fabrica ocultando os verdadeiros motivos que são sempre o domínio do mais forte sobre o mais fraco!Urge neste caso e neste momento apelar para todos os esforços de cada indivíduo, à sua consciência e criatividade a fim de tentarmos salvaguardar um qualquer princípio de ordem interior e valor intrínseco, humano e inato para chegarmos a um novo ponto de partida neste milénio que começa no meio do caos e de onde emergirão os seres de uma nova espécie - o andrógino - seres “mutantes” em que a mulher e o homem não serão mais e apenas o macho e a fêmea de uma raça primitiva que se julgou muito inteligente e civilizada e que nos precipita - quem sabe mais uma vez - para uma iminente destruição do Planeta e dos valores mais nobres que ainda nos restam e com os quais poderemos chegar a uma união verdadeira do ser humano com a sua componente divina que é uma consciência superior realizada na integração dos dois polos opostos complementares do ser (homem e mulher integrais) e dar lugar a uma nova inteligência baseada na inteligênia do coração!
Para isso precisa a Mulher acordar para o seu potencial de maga e curadora das almas, mediadora entre o céu e a terra e novos laços de irmandade serem implantados neste mundo em que a vertente masculina da espécie dominou o planeta destruindo quase toda a fonte de vida poluindo e alterando os ritmos próprios da natureza Mãe.Exaltar a compaixão e a aceitação das diferenças, em vez da competição e da guerra, distribuindo os frutos equalitáriamente e dando de beber a quem tem sede em vez de criar bombas atómicas em defesa de posses de territórios de um Planeta que é de todos e atenuar os conflitos permanentes provenientes desse desequilíbrio ancestral, remover os ódios e todos os velhos cismas que perduram nesta humanidade tão flagelada por ódios raciais e guerras santas com a predominância dos seus deuses de guerra sobre a Mãe Misericordiosa que sempre nos estende a sua Mão quando a chamamos. A mesma mãe que nos dá vida ao nascer e nos acolhe no Útero da Terra quando morrermos. (Fonte Texto de Rosa Leonor /rosaleonor.blogspot.com)

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