AS MULHERES NOS ESPORTES

Mulheres atletas recebendo palmas e coroas pela vitória. Mosaico romano do séc. IV d.C. (Piazza Armerina, Villa del Casale). Credits: Barbara McManus, 1982.

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As mulheres não participaram nos primeiros JO da Era Moderna em Atenas em 1896.

O Barão Pierre de Coubertin, renovador dos JO modernos, não era a favor da participação feminina em desportos de competição (opinião generalizada na época).

As mulheres tiveram a sua primeira participação nos JO em 1900 nos desportos de exibição. Foram 19 mulheres a participarem em Golfe, Ténis. Nos JO de 1904 em St. Louis só 6 mulheres americanas participaram em Tiro ao Arco
A maior participação feminina (43) teve lugar em 1908 nos JO de Londres nas modalidades de Tiro ao Arco, Ténis e Patinagem Artística.

Em 1912 em Estocolmo foi incluído no programa olímpico a Natação Feminina (100 mts livres, 4x100 mts livres). Nestes JO a participação feminina foi de 54 atletas distribuídas pela Natação e Ténis. Um desentendimento, em 1920, entre a Federação Internacional Desportiva Feminina (FSFI), a Federação Internacional de Atletismo Amador (IAAF) e o COI quanto à inclusão da participação feminina no Atletismo olímpico originou a não inclusão das mulheres. Em 1928 em Amesterdão foram incluídas 5 provas para mulheres onde participaram 250 atletas

Entretanto, 2 desportos onde participavam atletas femininas nos JO foram retirados dos mesmos. O Tiro ao Arco deixou de pertencer ao programa olímpico depois dos Jogos de 1920 durante um período de 52 anos, por falta de regras internacionais. O Ténis também deixou os Jogos durante um longo período, só regressando em 1988.

Nos Jogos de Paris em 1924 participaram 131 atletas femininas, e foi incluída a disciplina de Esgrima para senhoras. O programa olímpico feminino incluía 11 modalidades, 7 delas na Natação, com a adição dos 400 mts livres, os 100 mts costas, os 200 mts bruços e saltos de prancha.

Os Jogos de Amesterdão em 1928 foram os primeiros a receber atletas femininas em Atletismo. A atleta americana Betty Robinson foi a primeira, na história dos JO, a vencer os 100mts. A Ginástica, competição por equipas, também surgiu no programa dos JO, mas a competição individual só apareceu nos Jogos de 1952.

O Congresso Olímpico de 1930 em Berlim discutiu qual deveria ser o programa competitivo das mulheres.

Nos JO de Los Angeles em 1932 e de Londres em 1948 as mulheres tiveram destaque de estrelas no Atletismo. Em 1932 a atleta Babe Didrikson dos USA ganhou 2 medalhas de ouro e 1 de prata; a atleta alemã Fanny Blankers-Koen ganhou 4 medalhas de ouro em 1948. O seu sucesso inspirou as atletas do mundo.
Nos JO de Helsínquia em 1952 o número de competições para mulheres cresceu para 25, onde participaram 518 atletas. Durante estes Jogos em 3 desportos (hipismo, tiro e yachting), denominados de desportos abertos, as mulheres competiam com os homens. Houve uma aceitação generalizada, uma vez que as atletas de hipismo ganharam 1 medalha de prata e 1 de bronze.

A performance das ginastas nos anos 50 e 60 e o regresso da URSS aos JO em 1952 contribuíram para a permanência da competição feminina.

Em 1960 nos Jogos de Roma, e após 32 anos, regressaram os 800 mts do Atletismo. Esta interrupção deveu-se à opinião de alguns médicos, depois de algumas corredoras sofrerem de colapsos nos JO de 1928, de que as mulheres não tinham capacidade de correr esta distância ou outra superior. Doze anos depois da inclusão dos 800 mts, os 1 500 mts passaram a pertencer à competição olímpica feminina e novamente 12 anos depois a Maratona.

Em 1964 o Voleibol apareceu no programa olímpico masculino e feminino, tornando-se o primeiro jogo de equipa para mulheres. A filosofia da época ditava que as mulheres não deveriam participar em jogos que envolvessem contacto físico.

O envolvimento da mulher nos JO continuou a crescer. A barreirista mexicana Enriqueta Basilio de Sotela tornou-se a primeira mulher a acender o facho olímpico nos Jogos de 1968, enquanto que as competições da natação aumentaram, contribuindo para a participação de 784 atletas.
O número de atletas femininas participantes nos JO excedeu 1 000 pela primeira vez, quando 1 058 atletas femininas participaram no Jogos de Munique em 1972.

Nos 8 anos de presidência do COI de Lord Killanin, deram-se importantes desenvolvimentos no programa olímpico feminino. Em 1976 os jogos de Basquetebol e Andebol, bem como 6 competições de Remo passaram a figurar no programa, e 4 anos mais tarde surgiu o Hóquei em Campo.

Durante a era de Samaranch na história olímpica (desde 1980) houve um desenvolvimento sem precedentes nos desportos femininos - a eleição das primeiras mulheres para membros do COI (a finlandesa Pirjo Haggman e a venezuelana Flor Isava-Fonseca).

Nos JO de Los Angeles em 1984 foram introduzidas 3 competições de Tiro para senhoras, mas competindo com os homens. Só em 1988 estas competições é que se tornaram exclusivamente entre senhoras.Nos Jogos de Seoul em 1988 competiram 2 186 mulheres, e 2 desportos foram adicionados à competição feminina - o Ciclismo e o Ténis de Mesa. A medalha de ouro de Ténis foi para a alemão Steffi Graf.
O Judo entrou no programa olímpico feminino em 1992 e o Futebol e Softbol em 1996.

Somente 5 desportos permanece exclusivamente no programa olímpico masculino: o Basebol, o Boxe, o Halterofilismo e a Luta.

O número de desportos do programa olímpico feminino duplicou nestes últimos 16 anos - de 10 desportos em 1980 até 21 desportos em 1996.

O número de eventos para senhoras continua em expansão entre cada Olimpíada. A importância do crescimento da televisão e do marketing no mundo olímpico motivou que um grande número de mulheres tenha o desejo de sucesso no desporto.

Super estrelas como Nadia Comaneci e Florence Griffith Joyner ajudaram os JO a ser o evento desportivo mais visto em todo o mundo.

As mulheres têm vindo, claramente, a aumentar a sua participação nos JO, especialmente nestes últimos 20 anos.

Fonte:http://jogosolimpicos.com.sapo.pt/mulher.htm