"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

7 de maio de 2011

DIOTIMA DE MANTINÉIA

Diotima de Mantinéia

Sacerdotisa e filósofa, citada no Banquete, de Platão, no qual ela descreve e ensina a natureza do amor.

Gravuras datadas do século 2 d.C. a retratam como uma personagem histórica e uma mestra de Sócrates. Em seu Oratio Spetima II, de 1485, Marsilio Ficino a revela como uma invenção literária e os historiadores posteriores a consideram uma personagem fictícia. Pesquisadores de história da retórica atualmente reavaliam a historicidade de Diotima.

Algumas evidências apontam para o fato de que Diotima realmente existiu e foi uma personagem histórica. Platão afirma que Diotima chegou em Atenas para ajudar contra a peste que atingiu a cidade durante a Guerra do Peloponeso em 440 a.C. Nesta época, as únicas mulheres autorizadas a falar em público, sem temer repreensão ou desgraça, eram as sacerdotisas.

Eis um trecho do diálogo entre Sócrates e Diotima sobre a natureza do Amor ou os mistérios menores do Amor, no Banquete, de Platão:

Sócrates: "E a ti eu te deixarei agora; mas o discurso que sobre o Amor eu ouvi um dia, de uma mulher de Mantinéia, Diotima, que nesse assunto era entendida e em muitos outros - foi ela que uma vez, porque os atenienses ofereceram sacrifícios para conjurar a peste, fez por dez anos recuar a doença, e era ela que me instruía nas questões de amor - o discurso então que me fez aquela mulher eu tentarei repetir-vos, a partir do que admitido por mim e por Agatão, com meus próprios recursos e como eu puder." [...]

Diotima: "Eis por que ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela. E por ser filho de Eros (Recurso, Desejo) e de Penúria (Pobreza) foi esta a condição em que o Amor ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a necessidade. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista: e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no mesmo dia ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita, graças à natureza do pai; e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem empobrece o Amor nem enriquece, assim como também está no meio da sabedoria e da ignorância.

fonte: http://blogdoespanto.blogspot.com/2009/09/diotima-de-mantineia.html

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