"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

5 de janeiro de 2010

DALVA DE OLIVEIRA

Filha de um carpinteiro e clarinetista nas horas vagas, o Mário Carioca, e da portuguesa Alice Oliveira, Dalva nasceu em 5 de maio de 1917 na cidade de Rio Claro, São Paulo. Em 1935, no Cine Pátria, Dalva conheceu Herivelto Martins e passaram a cantar em dueto. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939, que gerou os filhos: Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas deram fim ao casamento. Em 1949, oficializaram a separação.
Carreira

Em 1937, a Dalva gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro. O trio fez muito suceso até o ano de 1949, quando Dalva abandonou o Trio e seguiu carreira solo até a data de sua morte.

Morte

Depois de escapar de um acidente automobilístico, em 18 de agosto de 1965, no Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas, Dalva de Oliveira morreria sete anos depois, em 30 de agosto, vítima de uma hemorragia interna, provavelmente provocada por um câncer no esôfago. A cantora viveu o apogeu nos anos 30, 40 e 50.

Mais informações

Na primeira versão do filme Branca de Neve e os Sete Anões produzida pelos estúdios Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. As canções foram interpretadas pela dubladora Maria Clara Tati Jacome.
Em 1974, Dalva foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo O Rouxinol da Canção Brasileira. Em 1987 foi homenageada pela Imperatriz Leopoldinense, com o enredo Estrela Dalva.
Em 2002 o teatrólogo mineiro Pedro Paulo Cava produziu e dirigiu o o espetáculo teatral "Estrela Dalva", cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores viagens por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais após quase dois anos em cartaz na capital mineira. Dalva foi interpretada por Rose Brant; Herivelto Martins por Léo Mendonza e Nilo Chagas por Diógenes Carvalho. O espetáculo foi baseado no livro de Renato Borghi e João Elísio Fonseca que foi adaptado por Pedro Paulo Cava. O elenco tinha ainda Diorcélio Antônio, Freddy Mozart, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Leonardo Scarpelli, Felipe Vasconcelos, Libéria Neves, Jai Baptista, Ivana Fernandes, Patrícia Rodrigues, Meibe Rodrigues, Fabrizio Teixeira e Bianca Xavier. A produção executiva foi de Cássia Cyrino e Luciana Tognolli. Todo o elenco passou por meses de preparação vocal e corporal dando vida e emoção sempre aplaudidos de pé pelo público que lotava as sessões.
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Discografia


Álbuns de estúdio
A Voz Sentimental do Brasil (1953)
Dalva de Oliveira, Roberto Inglês e sua orquestra (1955)
Os Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira (1957)
Dalva (1958)
Dalva de Oliveira Canta Boleros (1959)
Em Tudo Você (1960)
Tangos (1961)
Dalva de Oliveira (1961)
O Encantamento do Bolero (1962)
Tangos - Volume II (1963)
Rancho da Praça Onze (1965)
A Cantora do Brasil (1967)
É Tempo de Amar (1968)
Bandeira Branca (1970)

Coletâneas


O Amor É O Ridículo da Vida (1973)
Dalva em Recital no Teatro SENAC (1973)
Grossas Nuvens de Amor (1980)
Dalva de Oliveira Especial, Vol. 1 (1982)
Dalva de Oliveira - Série Os Ídolos do Rádio vol. V (1987)
Trio de Ouro (1993)
Saudade… (1994)
Meus Momentos (1994)
Dalva de Oliveira (1995)
A Rainha da Voz (1997)
Dalva de Oliveira e Roberto Inglez e sua Orquestra (2000)
Bis - Dalva de Oliveira (2000)
Canta Dalva (2006)

Sucessos

Ave Maria, Jaime Redondo e Vicente Paiva (com Osvaldo Borba e Sua Orquestra) (1951)
Bandeira branca, Laércio Alves e Max Nunes (1970)
Brasil, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (com Francisco Alves) (1939)
Confesion, Luis César Amadori e Enrique Santos Discépolo, versão de Lourival Faissal (1956)
Errei, sim, Ataulfo Alves (1950)
Estrela-do-mar, Marino Pinto e Paulo Soledade (1952)
Fim de comédia, Ataulfo Alves (1952)
Há um Deus (com Tom Jobim ao piano), Lupicínio Rodrigues (1957)
Kalu, Humberto Teixeira (1952)
Lencinho querido (El pañuelito), Juan de Dios Filiberto, Gabino Coria Peñaloza, versão de Maugéri Neto (1956)
Máscara negra, Pereira Matos e Zé Kéti (1967)
Minha mãe, música de Lindolfo Gaya sobre poema de Casimiro de Abreu (1959)
Neste mesmo lugar, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1956)
Noites de junho, Alberto Ribeiro e João de Barro (1939)
Palhaço, Osvaldo Martins, Washington e Nelson Cavaquinho (1951)
Pedro, Antônio e João, Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago (com Regional de Benedi Lacerda) (1939)
Rancho da Praça XI, Chico Anysio e João Roberto Kelly (1965)
Que será?, Marino Pinto e Mário Rossi (1950)
Segredo, Herivelto Martins e Marino Pinto (1947)
Sertão de Jequié, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
Tudo acabado, J. Piedade e Osvaldo Martins (1950)
Valsa da despedida (Auld lang syne), Robert Burns, versão de Alberto Ribeiro e João de Barro (com Francisco Alves) (1941)
Zum-zum, Marino Pinto e Paulo Soledade (1951)

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